Alternativas e caminhos para Saúde Única no Pantanal e na Fronteira Brasileira são discutidos em evento no Centro-Oeste

Postado por: Erika Luana López Flores

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Pesquisadores, técnicos, representantes de órgãos públicos e parceiros do Brasil e da Bolívia participaram, na última semana de Abril, da Oficina Síntese “Vigilância Participativa – Caminhos para a Saúde Única no Pantanal e Fronteira Oeste do Brasil”, realizada no auditório da Unidade III da UFMS – Mestrado em Estudos Fronteiriços- Campus Cpan, em Corumbá, Mato Grosso do Sul.

“Uma parceria entre Fiocruz- RJ, Fiocruz-MS, Embrapa Pantanal e o Mestrado em Estudos Fronteiriços da UFMS-CPAN, instituições que coordenaram o evento, representou uma oportunidade imperdível de pensarmos juntos o que é preciso para construir um projeto de saúde única para a fronteira Oeste e Pantanal, já que reunimos técnicos de altíssima qualidade, instituições de Estado Brasileiro e Boliviano, que puderam agregar, formar novos grupos de cooperação e fortalecer a integração dos diversos setores e da sociedade na vigilância participativa da emergência de zoonoses no território pantaneiro e na aplicação dos princípios da Saúde Única”, explicou Marcia Chame, pesquisadora Fiocruz e coordenadora Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre (PIBSS) e gestora do SISS-GEO, Sistema de Informação em Saúde Silvestre.

Márcia Chame destacou que a oficina é um dos resultados finais do programa “Territórios Saudáveis e Sustentáveis” iniciado em 2019, que tem, entre os objetivos, entender os processos a partir das grandes queimadas do Pantanal que poderiam se reestabelecer ou se modificar com emergência das zoonoses, pensando o conceito da saúde única. “Ao longo destes anos de trabalho reunimos um grupo de pessoas que se propôs a colher dados de determinados territórios, junto às comunidades, com a ideia de implementar o Siss-
Geo – Sistema de Informações de Saúde Silvestres, como ferramenta de vigilância participativa. Iniciamos um processo agregando os órgãos responsáveis, reunindo os esforços e os serviços – cada nas responsabilidades- afim da obtenção de uma integração de dados que serão compartilhados e que poderão ser usados de diversas formas por cada instituição, dentro de suas atribuições legais, e pensar juntos em um planejamento territorial saudável e sustentável.

Segundo Juliana Junqueira, Coodernadora de Gestão e Monitoramento da Fauna e Biodiversidade Aquática, a Saúde Única é um assunto cada vez mais crescente e um evento como este nos gratifica pois percebemos que é possível realizar uma gestão integrada do tema. “As pessoas precisam entender que a saúde ambiental é fundamental para o desenvolvimento da saúde humana e da saúde animal, pois fazem parte de um sistema
integrado onde um equilibra o outro. Não tem como caminhar separados: cada parte deste tripé – humano, animal e ambiental – é importante para o equilíbrio da saúde única”, destacou Juliana.

Júlio Cesar Koca Paniagua, Diretor do Serviço Departamental de Salud – SEDES- Bolívia, explica que o tema saúde não tem fronteira, pois as doenças viajam com as pessoas, com os animais e continuamente estão mudando de um lugar geográfico para o outro. “Para esta realidade é necessário que os processos de atenção tanto para os serem humanos como para os animais sejam um só, com uma coordenação de intercâmbios de informações e cooperação continua entre as fronteiras. Existem situações em que nós da Bolívia, como país, precisaremos do auxílio do Brasil e vice versa”, explicou o representante do país vizinho.

O Coordenador de vigilância de zoonoses e doenças de transmissão vetorial do Ministério da Saúde, Francisco Edilson Ferreira de Lima Júnior, destacou que o Brasil tem características quefavorecem a ocorrência de algumas doenças e para que possamos evitar, enfrentar e responder a essas ameaças a saúde nós precisamos trabalhar integrados. “Assim poderemos conseguir uma resposta mais efetiva, permanente continua na causa básica do problema: olhando para a saúde humana, animal e do meio ambiente. Momentos como estes são primordiais para que possamos discutir, integrar e realizar isso num local como o Pantanal,onde temos uma área grande de preservação, juntamente com a agropecuária presente. É preciso colocar todos a mesa para discutirmos quais ações são estratégicas para que possamos prevenir ocorrência de doenças e também preservar o meio ambiente e a saúde animal”,detalhou Francisco.

Segundo a pesquisadora Aiesca Pellegrin, da Embrapa Pantanal, instituição também coordenadora do evento, a Embrapa vem internalizando os conceitos de saúde única em seus Portfolios de pesquisa, particularmente o de Sanidade Animal, do qual é gestora, o que está em alinhamento com as tendências e globais, visto que a Saúde Única será crítica no que se refere a alcançar a Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável. “Durante o evento diferentes atores, representantes dos três eixos da saúde única (saúde humana, animal
e o meio ambiente) discutiram a possibilidade de integração e gestão de dados e informação nos serviços e na pesquisa; a integração de ações e serviços nas políticas públicas setoriais nacionais e regionais, Governança, política pública e sociedade para a construção de um modelo de saúde única para o Pantanal e a fronteira. Esta dinâmica resultará em um documento que está sendo produzido Consolidação do documento final da oficina”, concluiu Aiesca.

O Programa INOVA Fiocruz – Territórios Saudáveis e Sustentáveis, é coordenado pela Fiocruz- RJ e que conta com a parceria da Embrapa Pantanal, Fiocruz- Mato Grosso do Sul, Universidade do Estado do Mato Grosso- Unemat, Universidade Federal de Viçosa e SESC- Pantanal. O evento contou ainda com o apoio da Fundect-MS, ECOA e UFMS, tendo sido sediado pelo Mestrado em Estudos Fronteiriços- UFMS.

Raquel Brunelli (DRT 113/MS)
Embrapa Pantanal

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