Área e Linhas
Área de Concentração: Estudos Fronteiriços
A área de concentração Estudos Fronteiriços articula conhecimentos das ciências sociais, humanas e áreas afins para compreender as dinâmicas socioterritoriais que caracterizam as regiões de fronteira. Inserida na Área Interdisciplinar da CAPES (Câmara II – Sociais, Culturas e Humanidades), a área integra abordagens teóricas e metodológicas que dialogam com políticas públicas, mobilidades humanas, territorialidades, culturas, formas de organização social, modos de vida e processos de desenvolvimento em espaços limítrofes.
A produção do conhecimento no Programa é assumidamente interdisciplinar: parte da compreensão de que problemas complexos não se resolvem a partir de um único campo do saber. Em vez disso, promove a interação constante entre diferentes disciplinas, métodos e perspectivas, buscando construir sínteses capazes de superar compartimentos tradicionais e gerar interpretações mais densas sobre a fronteira. Essa orientação reforça a fronteira não apenas como objeto de estudo, mas como lugar privilegiado de articulação entre saberes, onde questões sociais, culturais, ambientais, históricas e institucionais se cruzam.
O foco da área está na análise crítica e na produção de conhecimento aplicado sobre desigualdades, governança, identidades, circulação de pessoas e bens, cidadania, conflitos, cooperação transfronteiriça, saúde e educação, bem como nas transformações sociopolíticas que configuram esses territórios. Busca-se compreender a fronteira como um campo vivo de interações — espaço onde se materializam desafios e possibilidades singulares de políticas públicas, inovação social, integração regional e construção democrática.
Linha 1 – Estratégias Políticas, Mobilidade Humana e Desenvolvimento Territorial
Coordenador: Prof. Dr. Milton Augusto Pasquotto Mariani
A linha de pesquisa investiga dinâmicas sociopolíticas, ambientais e institucionais que moldam o desenvolvimento de territórios fronteiriços, com foco nas interações entre Estado, sociedade e atores transnacionais. Busca compreender e propor soluções criativas e viáveis para desafios relacionados à conservação ambiental, ao planejamento territorial e ao desenvolvimento sustentável das sociedades que vivem na fronteira Brasil–Bolívia.
Entre seus temas prioritários estão: agricultura familiar, agroecologia, desenvolvimento territorial e sustentável, planejamento urbano e rural, economia social e solidária, turismo, geração de renda, estudos ambientais, recursos hídricos, gestão territorial, mobilidade fronteiriça, segurança pública, justiça, geopolítica, corredor bioceânico, defesa nacional, história e ocupação das fronteiras brasileiras, paradiplomacia, cooperação transfronteiriça, gênero e desigualdades, governança, inovação social, atores público-privados, acordos e instrumentos normativos binacionais, políticas públicas e relações internacionais.
Os estudos desenvolvidos resultam em diagnósticos, análises aplicadas, avaliação de políticas públicas e propostas de intervenção para organizações públicas e privadas que atuam em territórios fronteiriços.
Linha 2 – Saúde, Educação e Trabalho
Coordenador: Prof. Dr. Carlo Henrique Golin
A linha de pesquisa dedica-se ao estudo das interações entre saúde, educação, trabalho em territórios de fronteira, reconhecendo que essas dimensões são profundamente influenciadas pela diversidade sociocultural e pelas dinâmicas próprias dos espaços limítrofes. Considera a fronteira como um ambiente plural, marcado por diferentes formas de viver, sentir, trabalhar, aprender e cuidar, o que exige abordagens sensíveis à interculturalidade e à complexidade das práticas sociais locais. A linha busca compreender como as condições de vida, a mobilidade humana, as políticas públicas e as relações interculturais moldam processos de saúde, formação, proteção social, organização do trabalho e integração comunitária.
Entre seus temas prioritários estão: saúde única, saúde comparada, saúde pública, organização do trabalho e saúde mental, psicodinâmica e psicopatologia, migrações, corpografia e motricidade, esporte, educação intercultural, ensino de história, processos culturais de documentação e cidadania, violência e direitos humanos, manifestações culturais fronteiriças, práticas de cuidado e saberes tradicionais, além de saneamento básico e políticas sociais em contexto fronteiriço.


